John Musker, animador veterano que ficou célebre por dirigir filmes como Aladdin, Moana e A Pequena Sereia, criticou as últimas animações da Disney. Ao jornal El País, o criativo disse que o estúdio precisa corrigir o curso na questão da agenda política dos seus filmes.
"Eu acho que eles precisam de uma pequena correção de curso em termos de por a mensagem em segundo lugar, atrás do entretenimento, de uma história envolvente e de personagens interessantes", afirmou Musker, que falou durante sua participação no Animayo International Summit, na Espanha.
"Os filmes clássicos da Disney não começavam já tentando impor uma mensagem. Eles queriam te envolver naqueles personagens, naquela história e naquele mundo, e acho que isso ainda é o coração. Você não precisa excluir agendas, mas precisa primeiro criar personagens que você possa simpatizar e que são engajantes."
Musker ainda criticou a versão com atores de A Pequena Sereia, lançada no ano passado. "Eles não trabalharam a história de pai e filha, e aquilo era o coração do filme, de certa forma", disse na entrevista. "E aquele caranguejo, você poderia ver animais no zoológico com mais expressão que aquilo, tipo o que aconteceu no [live action de] O Rei Leão."
O animador também comentou a leva de remakes das animações do estúdio, que inclui (além dos citados) filmes como Alice no País das Maravilhas e Mogli: O Menino Lobo. "As empresas pensam: 'Como vamos reduzir o risco? Eles gostam disso, certo? Vamos fazer de novo e vender para eles de uma forma diferente'. Isso ou eles pensam: 'Bem, nós podemos fazer melhor'."
John Musker trabalhou como diretor ao lado de Ron Clements em animações como O Ratinho Detetive, Hércules e Planeta do Tesouro. O seu último trabalho na Disney foi Moana, em 2016.