Fernanda Torres em Ainda Estou Aqui (Divulgação)

Créditos da imagem: Fernanda Torres em Ainda Estou Aqui (Divulgação)

Filmes

Entrevista

Ainda Estou Aqui vai abrir a porta para mais Brasil no Oscar, aposta produtor

Rodrigo Teixeira cita filme de Kleber Mendonça Filho como possibilidade para 2026

Omelete
2 min de leitura
11.01.2025, às 06H00.

Rodrigo Teixeira quer que Ainda Estou Aqui se torne o precursor de uma verdadeira “invasão brasileira” no Oscar. Em entrevista ao Omelete para falar de seu próximo filme, o terror Privadas de Suas Vidas, o produtor do filme de Walter Salles citou a internacionalização do corpo de votantes da Academia como uma abertura de caminhos para os filmes brasileiros.

Falar que Ainda Estou Aqui é o filme ‘certo’ [pra quebrar o jejum brasileiro no Oscar] é muito difícil, porque fizemos muitos filmes ótimos, de Central do Brasil para cá, que poderiam ter atingido esse lugar”, aponta ele. “O que eu desejo é que Ainda Estou Aqui amplie o acesso do público estrangeiro ao cinema do Brasil, para que todo o mundo entenda que estamos fazendo uma coisa bacana por aqui. Quero que esse filme abra as portas para outros”.

Teixeira citou O Agente Secreto, próximo longa de Kleber Mendonça Filho, como possibilidade brasileira no Oscar 2026 - e também citou cineastas como Carolina Mankiewicz e Karim Ainouz no mesmo pique: “Falei três nomes aqui, mas tem uma imensidão de talento, de artistas brasileiros que têm a capacidade de chegar lá um dia”.

O produtor, que além de seu trabalho no Brasil também assinou títulos hollywoodianos como Me Chame Pelo Seu Nome, Ad Astra: Rumo às Estrelas e O Farol, enxerga a abertura do Oscar a produções não-estadunidenses como uma consequência direta à atuação de plataformas de streaming, como a Netflix, nos hábitos de consumo do público. O streaming democratizou muito o acesso ao conteúdo internacional, então os estadunidenses estão consumindo mais produtos de fora do país, explica.

A audiência começou a responder mais a conteúdos de fora dos EUA, e a Academia sentiu a pressão de internacionalizar o seu corpo de votantes, o que trouxe mais filmes estrangeiros para o páreo, até em categorias onde eles não entravam de jeito nenhum”, continua. “São filmes não-estadunidenses que muitas vezes estão sendo reconhecidos como melhores do que os estadunidenses! E é claro que estão, porque nos outros países a gente tem mais liberdade criativa, a gente não depende 100% dos estúdios e dos canais de streaming para desenvolver e criar um produto. A gente cria e vende para eles depois”.

Nesse cenário, completa Teixeira, o futuro parece brilhante para o cinema nacional: Nossa liberdade criativa vai se refletir no futuro do Oscar, viu? E desejo que o Brasil esteja nesse grupo, que nos próximos 20 anos tenhamos muito mais indicados e vencedores”.

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