A Outra Forma

Créditos da imagem: Prime Video

Filmes

Crítica

A Outra Forma mostra que ainda há histórias distópicas a serem contadas

Coprodução entre Brasil e Colômbia, animação estreia em dezembro nos cinemas

Omelete
3 min de leitura
Vinha
12.12.2024, às 08H01.

Distopias não são novidade no cinema. Há muito tempo que a nona arte tenta mostrar como seria um cenário de opressão inimaginável, de forma que (ainda) não vivemos. Assim, fica mais difícil encontrar algo realmente inédito neste ramo - e algo bem contado sem parecer mais do mesmo. A Outra Forma, uma coprodução entre Brasil e Colômbia, vem parar mostrar que ainda há espaço para outras distopias no cinema, por mais que o resultado não seja perfeito.

A Outra Forma foi um dos destaques no festival de animações Annecy, da França. Ele é dirigido e escritor pelo colombiano Diego Felipe Guzmán - em sua estreia como diretor, aliás. Trata-se de uma ficção científica distópica que causa desconforto pelos motivos certos, a começar por suas escolhas de design. E o design, aqui, faz toda a diferença.

A Outra Forma se passa em um mundo onde a humanidade sonha com um paraíso construído na Lua, que se tornou quadrada. Não apenas o satélite, como também todos os humanos na Terra, seus objetos, animais, prédios, árvores. Tudo almeja a forma quadrada para, um dia, chegar ao paraíso lunar.

Nosso protagonista é uma dessas pessoas que querem "seu lugar no céu". Para isso ele se esforça todo dia, tentando se adequar ao formato que será seu encaixe no foguete que o levará até a lua. Conforme o tempo passa encaramos seus dilemas mundanos, treino, preparativos e problemas que surgem pelo caminho. Trata-se de uma história clássica sobre como nos adequamos à sociedade e como isso, no fim das contas, pode nos levar ao nosso derradeiro fim.

Figuras geométricas dão o tom do desconforto. Humanos deformas por todo o lado fazem parte das multidões e até de cenários que vemos em A Outra Forma. Aliás, vale um super elogio para os responsáveis pelo design geral. É um dos grandes destaques da animação, tamanha a criatividade para definir formas geométricas diferentes para cada pessoa que aparece em cena. Pouquíssimos se repetem, isso quando se repetem.

Apesar de muitas qualidades em termos de roteiro, design e narrativa - que é totalmente sem diálogos, diga-se de passagem -, A Outra Forma peca pelo excesso em alguns pontos. Sua projeção tem pouco mais de 90 minutos, mas alguns dilemas se estendem demais, personagens são inseridos no enredo tarde demais e, assim, o filme "reinicia" seu final várias e várias vezes. Por mais que seja uma produção de até curta duração, quando comparado a outras produções mais populares, ele tiraria vantagem de alguns minutos a menos para uma história mais enxuta.

De toda forma, sem intenção de trocadilho, a produção é digna de nota por tentar somar a histórias distópicas e também contar que, de certo, se adequar a padrões inalcançáveis pode não ser uma das decisões mais espertas em um mundo tão plural e diverso.

A Outra Forma chega aos cinemas do Brasil dia 12 de dezembro.

Nota do Crítico
Bom
A Outra Forma
La Otra Forma (2023)
A Outra Forma
La Otra Forma (2023)

Ano: 2022

País: Brasil e Colômbia

Duração: 90 min

Onde assistir:
Oferecido por

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