Agatha Desde Sempre redime vilã enquanto a torna coadjuvante da própria história

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Crítica

Agatha Desde Sempre redime vilã enquanto a torna coadjuvante da própria história

Famosa bruxa dos quadrinhos da Marvel montou o palco para uma nova geração de super-heróis

Omelete
3 min de leitura
Pedrinho
31.10.2024, às 16H59.
Atualizada em 31.10.2024, ÀS 17H22

Um ditado popular da nova geração é o resumo perfeito de Agatha Desde Sempre. A produção, derivada de um derivado — WandaVision — não prometeu nada, mas entregou tudo o que os fãs do Universo Cinematográfico da Marvel sequer sabiam que precisavam. Produzida pelo presidente do Marvel Studios, Kevin Feige, a série se propôs a redimir a grande vilã Agatha Harkness (Kathryn Hahn) enquanto fazia dela uma coadjuvante em sua própria história, abrindo espaço para novos nomes na linha do tempo sagrada do estúdio.

A série, como o próprio título sugere, acompanha a Agatha após os eventos de WandaVision, quando a Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) não apenas roubou os poderes dela como também a prendeu em uma lavagem cerebral. Após ser tirada do transe pelo misterioso adolescente interpretado Joe Locke e confrontar uma velha amiga (Aubrey Plaza), Agatha lembra do que aconteceu e se deprime pela própria impotência. A partir daí, a produção foi tirando cada vez mais o protagonismo da personagem e dividindo entre alguns nomes do elenco.

O jovem pede que a bruxa o leve para o Caminho das Bruxas, um reino mágico misterioso que promove milagres para quem passa por suas provações. Entretanto, para chegarem lá, eles vão precisar de um coven completo, com os mais variados tipos de bruxas. O interesse de Agatha pelo jovem desperta repentinamente e ambos vão atrás de um grupo de bruxas dispostas a enfrentar o desconhecido. Formado por rostos novos da Marvel, o grupo contou com Sasheer Zamata, Ali Ahn, Patti LuPone e Debra Jo Rupp, rapidamente substituída por Plaza no meio da temporada.

A sintonia do elenco é um dos pontos fortes da produção, que a cada novo cenário grita sobre seu baixo orçamento para o espectador. Árvores, lama, horizonte e até mesmo as folhas no chão são claramente falsas, mas isso fica em segundo plano diante dos personagens. A produção não se deixa abalar pela falta de dinheiro em comparação a outros títulos do MCU e usa isso para abraçar uma estética que remete a outras produções de fantasia dos anos 2000, como Os Feiticeiros de Waverly Place e As Visões da Raven. Assim, mesmo com poucos recursos, a série encontra brilho próprio em seu mundinho de papel machê.

Com o grupo formado, cada bruxa ganha seu momento e razão de ser, mas ainda assim, quase todo o destaque da produção vai para o personagem de Joe Locke. Rapidamente anunciado como Wiccano, o filho de Wanda Maximoff rouba todo o destaque da produção, enquanto a personagem vai ganhando uma posição de mentora. Esse escanteamento, apesar de funcionar no universo da trama, mostra certa desvalorização de uma personagem tão emblemática para a história da Marvel.

Fazendo muito com pouco, a produção mostra que o foco dos próximos títulos do estúdio precisa ser em boas histórias e não em grandes feitos em CGI, por mais que a qualidade estética importe para boa parte do público. Com um ótimo humor e uma trama pé no chão, Agatha Desde Sempre mostra que fez a lição de casa com seus predecessores e mesmo com baixo orçamento entregou um ótimo resultado.

Nota do Crítico
Ótimo
Agatha Desde Sempre
Agatha Desde Sempre

Criado por: Kevin Feige

Onde assistir:
Oferecido por

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