Apesar de ser uma das atrizes mais celebradas de sua geração, Jodie Foster confessou que "nunca se apaixonou pela atuação", acrescentando que seu verdadeiro interesse está "nos aspectos mais técnicos do fazer cinema".
"Eu sempre fiz filmes de forma muito solitária, em que minha personagem era tudo o que me importava, e eu não precisa lidar muito com outros atores", disse Foster ainda, em conversa com a Interview Magazine. "Conforme envelheci, entendi que isso é meio egoísta da minha parte, e passei a chegar nos sets querendo compartilhar a minha arte. Chego perguntando: 'Como vamos construir uma dinâmica aqui?'. Não é mais sobre eu mesma o tempo todo, e isso fez com que o processo se tornasse mais interessante".
Foster falou ainda do contraste entre suas experiências como atriz e diretora. A vencedora do Oscar assinou fimes como Mentes que Brilham (1991), Um Novo Despertar (2011) e O Jogo do Dinheiro (2016), além de ter assinado episódios de House of Cards e Black Mirror.
"Quando estou dirigindo, gosto de conversar muito. Converso com as pessoas sobre as técnicas que elas estão usando, mas não fico fazendo perguntas pessoas aos meus atores - acho invasivo. Me fale sobre como quer entregar esse diálogo, mais rápido o mais lento, me diga que não está sentindo essa ou aquela parte do texto, mas não converse comigo sobre a sua infância... não tente se tornar um amigo íntimo. Até porque não gosto quando pensamos demais nas coisas, prefiro algo espontâneo e cru", comentou ela.
A atriz ainda lamentou que outros cineastas com quem trabalhou não sigam as mesmas diretivas. "Eu tento conversar sobre isso com as pessoas que estão me dirigindo, mas ainda hoje eles não me ouvem. Então, às vezes, estou trabalhando em um filme e preciso dizer 'chega'. Depois de 120 takes da mesma cena, me levanto e digo: 'Ok, já deu, até mais tarde'", completou.
O último trabalho de Foster foi True Detective: Terra Noturna, que está disponível para streaming pela Max e posicionou a atriz como uma das favoritas ao Emmy 2024.