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Os videogames evoluíram com uma velocidade surpreendente. Já faz tempo que os bons jogos deixaram de ser repetitivos e pouco criativos. Um game de sucesso hoje é uma verdadeira superprodução. Não apenas o visual e a ação, mas a narrativa também traz gratas surpresas.
Com tanta qualidade nesse bilionário mercado, não dá pra entender porque toda vez que um game é levado às telas o resultado é sempre medíocre, ou - no máximo - passável. Parece que Hollywood enxerga os gamers como um grupelho sebento, vidrado na telinha e lobotomizado de tanto jogar. Só assim pra explicar como praticamente todas as adaptações que chegam aos cinemas não conseguem reproduzir a inteligência dos videogames atuais.
O mais recente exemplo dessa visão é Stay Alive - Jogo mortal. O filme não existe nos consoles, mas foi criado como uma espécie de "homenagem" (argh!) a um dos gêneros mais populares do entretenimento eletrônico, o survival horror.
Esse estilo de jogo teve um representante seminal até no Atari 2600 (Halloween, 1983), foi consagrado no formato atual com o excelente Alone in the Dark nos PCs (1992) e, mais tarde, popularizado com Resident Evil (1996) no Playstation. Nele, como o próprio nome já diz, é necessário sobreviver a um ambiente totalmente hostil, geralmente sobrenatural ou alienígena. Stay Alive parte justamente desse princípio e coloca um grupo de jovens às voltas com um game que mata quem jogá-lo. Sim, é mais uma vez a idéia básica de O chamado com uma leve guinada para parecer original. Não é.
A ação mistura gráficos poligonais típicos dos games com ação real. Ora os personagens de carne-e-osso fogem das assombrações "samaristas" (já que todo mundo se inspira na Samara de O chamado, melhor criar um adjetivo pra isso), ora eles enfrentam os vultos medonhos dentro do game. Digital e físico estão de alguma forma relacionados e é necessário desvendar o mistério dessa interação para escapar do destino fatal nas mãos da "chefe de fase", a Condessa Sangrenta.
Mas não se iluda... a descrição do filme é muito mais interessante do que o resultado em película. Os jovens fofinhos da vez que vão morrer um a um até o desfecho são Jon Foster (Tempo de recomeçar), Frankie Muniz (Malcolm), Samaire Armstrong (Não é mais um besteirol americano), Sophia Bush (One Tree Hill) e Adam Goldberg (O resgate do soldado Ryan). Nenhum particularmente execrável, mas o corre-corre, seqüências recicladas meia-sola que já cheiram a formol e os sustos superfáceis e óbvios se encarregam de arruinar o filme. Como se a própria premissa sem criatividade já não bastasse pra isso.
Esqueça essa bobageira e fique em casa com seu videogame.
Ano: 2006
País: EUA
Classificação: 14 anos
Duração: 85 min
Direção: William Brent Bell
Roteiro: Matthew Peterman, William Brent Bell
Elenco: Jon Foster, Samaire Armstrong, Frankie Muniz, Jimmi Simpson, Wendell Pierce, Milo Ventimiglia, Sophia Bush, Adam Goldberg, Billy Slaughter, Nicole Oppermann, April Wood, Rio Hackford, Billy Louviere, Monica Monica, Maria Kalinina, Rick Green, J. Richey Nash, Lauren Lorbeck, Veronica Mosgrove, James Haven