The Acolyte demorou um longo tempo para chegar às telas. Produto de uma leva que pretendia expandir a franquia para o streaming, a série chega com a ideia de explorar cantos e histórias do universo de George Lucas que não foram abordados nos cinemas. Para isso, a Lucasfilm trouxe Leslye Headland, de Boneca Russa, que dá um teor mais sério e irônico ao roteiro, ao mesmo tempo que apresenta uma protagonista feminina que engloba vários temas recorrentes em Star Wars como a tentação ao lado sombrio, problemas familiares e legado.
Todos esses assuntos estão nos primeiros quatro episódios de Acolyte, que mostra uma galáxia familiar, mas que aqui é pacífica e sem vestígios de um Império ou Primeira Ordem. Os Jedi são magnânimos, mas uma série de assassinatos começa assustar a cúpula dos Cavaleiros, que envia um deles para investigar. No meio da jornada, descobre-se que há mais sobre os Jedi do que se imaginava e aos poucos entra-se na seara do famoso lado sombrio, com uma figura misteriosa aparecendo.
Assim como Ahsoka e Rebels, Acolyte busca as fronteiras de Star Wars que abraçam mais a fantasia do que qualquer outra trilogia ou filme nos cinemas — e este é o seu ponto mais interessante. Com uma espécie de culto de bruxas e alguns ritos que lembram filmes medievais, a série faz uma boa apresentação de personagens novos, ainda que aborde os Jedi de forma semelhante ao visto em outros capítulos da franquia. Além disso, é interessante, apesar de pouco envolvente, ver diferentes idades e pessoas sendo doutrinados pelos dogmas Jedi — no mínimo, é um diferencial para quem é fã.
O escorregão de Acolyte vem na execução dessa proposta, especialmente quando o seriado se debruça na química entre os Jedi ou na composição dos cenários que tenta apresentar para dar grandeza à trama. A produção é tão reduzida que nunca se sente amplitude nos cenários, nos planetas e nem detalhamento ou individualidade nos figurinos e raças daquele mundo. O ritmo imposto neste aspecto lembra Obi-Wan Kenobi, série que tinha ambições cinematográficas e se contentou com um escopo televisivo que não combinava com a proposta.
Acolyte não tem planos tão grandes quanto Kenobi, mas tropeça nos mesmos obstáculos, apesar de acertar mais na ação nos poucos momentos em que investe nisso. Esses altos e baixos, divididos entre bons conceitos de fantasia e uma sensação de narrativa contida demais com diálogos muito limitados, dá uma sensação de irregularidade à série em sua primeira metade. A ver como será o desfecho dessas boas propostas.
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